sexta-feira, 1 de abril de 2011

Página 75

Telefonava-lhe a meio da noite. Não importava a hora, precisava. Ela acordava sobressaltada. Ele dizia: «Sou eu.» Ela dizia: «És tu?» fingindo espanto.
Ele dizia disparates. Ela ficava a ouvir.

Isto durou alguns meses. Até ele acabar o romance que estava a escrever. Depois deixou de telefonar.
in Viver todos os dias cansa por Pedro Paixão

Tu fizeste igual. Só que não eras escritor. Será que também leste este livro?

1 comentário:

  1. Não te preocupes que isto serva para bem mais gente. Não estás assim tão sozinha :)

    ResponderEliminar