segunda-feira, 28 de março de 2011

16

Tornaste-te o meu refúgio. Tu e a tua chuva. Tu e as tuas gentes. Tu e os teus mistérios e segredos. Cidade mais bela.
Sabia que eras a minha terra. Apesar de ter nascido mais a sul, eu sempre te pertenci. Porque nós somos de onde nos sentimos em casa. E é quando piso as tuas ruas, as tuas pedras da calçada, o teu chão, que eu me sinto em casa.
Tu e a tua chuva. Sinto saudades do Sol, mas aqui a chuva não impede ninguém de sair de casa. Tomar café. Estar com conhecidos e amigos.
Tu e as tuas gentes. Os que me salvaram, me fizeram conhecer a verdadeira amizade, o verdadeiro apoio, o verdadeiro carinho. Aqueles que se passo um dia longe, sinto logo saudades.
Tu e os teus mistérios e segredos. Os teus lugares ocultos. E ainda há tantos por desvendar e conhecer.
És a minha casa. O meu refúgio. A minha Coimbra.

domingo, 20 de março de 2011

15

Tudo tem prazo de validade. O nosso termina hoje. Só tenho pena que só vás reparar quando for tarde demais. Ou talvez nem repares de todo. Já nem sei. Só sei uma coisa. Tudo tem prazo de validade, e o nosso termina hoje.

quinta-feira, 17 de março de 2011

14

Eu senti o afastamento. Não vale a pena negá-lo. Não te aproximavas de mim. Já não mandavas mensagens. Já não falavas comigo. Mas não pensei que passasses ao meu lado e nem um olhar me dirigisses. Nunca te exigi nada. Só gostava de perceber. Que fiz eu agora?

quinta-feira, 10 de março de 2011

13

Separações são sempre difíceis. Dizer adeus a alguém que conhece todos os segredos do nosso corpo e alma. Pôr um ponto final. Olhar para essa pessoa e pensar que nunca mais se vai explorar aquele corpo com beijos suaves. Que nunca mais vamos sentir a sua respiração contra a nossa pele.
Mais de um ano passado, finalmente conseguimos reatar a amizade. Com passinhos de bebé. Muito devagar. Não queremos voltar a falar e descobrir que ainda não se seguiu em frente. Aos poucos recomeçamos a falar e a brincar. Muito cuidadosamente. Evitar abusos ou piadas mais intímas. Talvez daqui a uns anos consigamos ter uma maior confiança e uma amizade mais segura.
É difícil dizer olá a alguém que conheceu todos os segredos do nosso corpo e alma.

sábado, 5 de março de 2011

12

Sonhei contigo de novo. Chamava-te "amor" durante uma conversa. E rezava para que não tivesses ouvido. Tinha medo que fugisses. Beijavas-me. Eu não queria que fosses embora. Eu não queria acordar.
Dizem que devo falar contigo. Não gosto de falar sobre sentimentos. E acho que não é uma conversa apropriada a nós os dois. Se me voltares a beijar na vida real, falo. Pergunto o que queres de mim. Mas não creio que o voltes a fazer. É melhor seguir em frente. Desligar-me de ti. Aproveitar que ando demasiado ocupada. Aproveitar as férias e o facto de estar longe. Deixar de tentar encontrar-te de propósito. Tenho que lutar contra mim mesma. Não posso cometer o mesmo erro de novo.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Conversas #3

Ele: Eu pago-te a entrada!
Ela: Mas eu não tenho dinheiro para te dar de volta...
Ele: Pagas-me em géneros...
Ela: Podes ser mais específico?
Ele: Oh tu sabes, coisas como "X leva-me ao céu!"
Ela: (...) sabes que eu não sou dessas certo? Se queres alguma coisa tens que lutar por isso...
Ele: Mas lutar dá trabalho!
Ela: Então não recebes nada daqui...
Ele: Mas há alguma possibilidade...?
Ela: Há, se lutares...
Ele: Então eu luto.

Uma semana passada, e nada de luta...