domingo, 6 de fevereiro de 2011

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Ontem colocaram-me a pior questão possível. Perguntaram-me quem escolhia eu entre as minhas duas melhores amigas. Sei que esta expressão é um bocado infantil. Mas é o que elas são. As minhas melhores amigas.
Nem consigo escolher a de que gosto mais. A única coisa que as pode distinguir é o facto de conhecer uma há cinco meses, e a outra há cinco anos.Talvez cinco meses seja pouco tempo, eu sei. Mas ela já faz tanto parte de mim como a minha amiga de cinco anos. Sem desvalorizar nunca, a rapariga que durante estes cinco anos ouviu as frases mais incoerentes e descontextualizadas que poderiam alguma vez sair da minha boca.
Quando me perguntaram: "De quem gostas mais? Se tivesses que escolher uma delas, quem escolhias?" eu simplesmente não consegui responder. Era como se me dividissem o coração e dissessem "escolhes o lado direito ou o esquerdo?". Não posso viver apenas com metade do coração. Não posso escolher apenas uma delas.
Se calhar o meu jeito impulsivo, as minhas exaltações, o meu feitio difícil não me permitem mostrar tantas vezes quanto gostaria o quanto elas são especiais para mim. Se calhar o facto de sempre que estou com uma delas falar da outra, e vice-versa, fá-las pensar que gosto mais da outra do que dela. Mas não é isso que acontece.
Quando me perguntaram de quem gostava mais, fiquei a pensar nisso. Não porque duvidasse de que me era impossível escolher, mas porque pensei que, se calhar, elas duvidavam.
Não quero que elas duvidem, nunca, do quanto eu gosto delas. Não quero que elas pensem que alguma vez as irei abandonar. Eu tenho a tendência a ser muito chata, e elas terão que se habituar à chatinha que eu sou. Porque mesmo quando elas não quiserem que eu as ajude, eu vou estar lá. Porque é quando elas mais vão precisar.
Não me obriguem a escolher, porque ninguém imagina a capacidade que o meu coração tem para gostar. E podem pensar que gosto menos da amiga de há cinco anos porque tive que arranjar espaço para a de há cinco meses. Ao pensarem isso, não se podiam enganar mais. Este coração tem uma capacidade incrível de crescer. Ao viver mais longe da amiga mais antiga, senti uma necessidade maior de estar sempre em contacto com ela, e cada vez gostei mais dela. E a amiga mais recente, conseguiu um lugar tão grande como a outra, sem roubar um único milímetro.
Não quero que elas duvidem nunca do quanto gosto delas, e do quanto eu faria por elas. E não quero que pensem nunca que as vou abandonar pela outra. No dia em que tiver que escolher entre apenas uma delas, vou-me embora. Porque abdicar de uma, pela outra, seria-me tão insuportavel que seria o mesmo que não ter nenhuma do meu lado.
Adoro-as. E não quero que duvidem disso nunca, nem que pensem que gosto menos de uma que da outra só porque estão as duas a partilhar o meu coração. Porque os importantes, os grandes, os verdadeiros amigos, estarão sempre junto a mim. Mesmo que separados por dois continentes e um oceano.

2 comentários:

  1. Acabaste de provocar em mim exatamente a mesma reação que suscitaste no primeiro jantar de curso. És parva e eu adoro-te.

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