quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

4

Não paro de pensar em ti. Tudo me lembra de ti. Como se tivesses um centro gravitacional e eu orbitasse à tua volta. Quero ficar, mesmo que fique sozinha. Só pela expetativa de te poder vir a encontrar. De, eventualmente, estar contigo.
Não vai acontecer. Eu sonho demasiado acordada. Tu não gostas de mim. Não sei porque fizeste isto. Porque o fizeste? Se não me querias, porquê tentar? Porquê provocar?
Tu, que parecias saber exatamente o que fazias, o que dizias, o que doía brincarem com os nossos sentimentos. Se sabias que não querias nada de mim, não o devias provocar. Em vez de me beijares e afastares, não te devias ter aproximado de todo. Não devias ter causado isto. Deixavas como estava. Intocado. Meras suposições.
Agora não são suposições. Antes, eu desconfiava que sentia uma ligeira atração por ti. Agora, sei que gosto de ti.
Fala comigo, diz-me alguma coisa. Não me deixes ir embora amanhã. Eu vou. Se não me disseres nada, eu vou. E não quero, quero que me dês um motivo para ficar. Mais ninguém o tem. Não tenho desculpas para ficar. Fala comigo. Diz-me que queres que eu fique. Que queres estar comigo.
Mas tu não queres. Ela. Existe sempre ela. Foi por ela que te afastaste depois de te aproximares. Ela. Não a culpo. Culpo-te a ti, porque era ela quem tu querias, e mesmo assim aproximaste-te de mim e destruiste a barreira que me protegia desta situação. Iludiste-me. Fizeste-me pensar que era seguro. E quando saí, fui apanhada na armadilha. Desamparada. Sozinha. Porque o fizeste? Porquê?

2 comentários:

  1. As pessoas são egoístas... não pensam na dor que causam. Lamento.

    ResponderEliminar
  2. Oh, minha chinchila de jardim... Agora é engolir o sentimento e seguir em frente. Como se nunca tivesse acontecido nada...

    ResponderEliminar